quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

AOS MEUS AMIGOS BOTAFOGUENSES CHORÕES!!!



Depois de um longo e tenebroso inverno, volto ao meu querido blog, para me divertir com as lamúrias dos botafoguenses perdedores e chorões. Aprendam a perder de pé, e chorem na cama, pois a cama é o lugar mais quente que vcs vão encontrar para fazer lamentações... kkkkkkkkik
Coloco aqui um brilhante texto de Luiz Hélio Alves de Oliveira, desguste e aprecie com moderação!!


"O Choro dos Iinjustos"

O russo Maiakovski determinou: tudo pode ser dito num poema! Parafraseando o “poeta da revolução”, eu vos escrevo: (no esporte) tudo pode ser dito num choro! Principalmente se este for o choro coletivo dos que não se assumem derrotados. Diz, por exemplo, que nem todos aceitam a derrota com serenidade e nem são todos que sacodem a poeira e aprendem com o insucesso de hoje para amanhã trilhar o caminho da vitória. Pois até para isso é preciso ser grande e ter luz na alma. Diz que as lágrimas são tão somente para escoar a frustração do peito por mais um fracasso, o que é natural. Só não se pode é usar isso na vã tentativa de descarregar toda a culpa no outro. Diz várias outras coisas. Mas o que de pior traz consigo é o desrespeito para com o vencedor. Sim, porque quando os derrotados sentem-se eternos “coitadinhos” e “injustiçadinhos”, de fato, tentam tirar todo o merecimento e competência dos que lutaram e obtiveram êxito na vitória. Exatamente isso foi o que, vergonhosamente, demonstraram o presidente, técnico e jogadores do time do Botafogo após a decisão da Taça Guanabara, em pleno vestiário do Maracanã.
Voltemos um pouco no tempo e imaginemos o seguinte: o que teriam sentido os torcedores, atletas e dirigentes do Botafogo se na conquista do estadual de 1989 — que tirou o clube de um jejum de duas décadas sem titulo — os rubro-negros adversários daquela final tivessem representado o mesmo teatro bufão e tragicômico da noite do último domingo? Apesar de já terem se passado dezenove anos, quem viu o jogo lembra muito bem que o Fla não foi campeão devido ao gol irregular do atacante botafoguense Maurício, claramente beneficiado ao empurrar o zagueiro flamenguista e, mediante essa infração, ter definido o placar do jogo. Apesar de à época ainda ser apenas um adolescente deslumbrado pelo Flamengo e que pouco entendia o que se passava nos bastidores do futebol, não consigo esquecer do depoimento (dias depois) do árbitro para um canal de tevê confessando ter recebido um cheque do então controvertido Presidente da FERJ e hoje falecido dirigente “Caixa D’água”. E fazendo jus à instituição grandiosa que sempre foi, o Flamengo pode até ter recorrido aos meios legais para apurar tal irregularidade (para não dizer ladroagem mesmo), entretanto, o democrático clube não se entregou aos lamuriosos apelos piegas tipicamente das agremiações auto-inferiorizadas. Afinal, um clube acostumado às maiores glórias do esporte consegue se impor e se fazer grande até nas mais tristes adversidades. Exemplos para ilustrar isso não faltam. Já imaginaram se o Flamengo tivesse vencido alguns títulos de um estadual disputado somente contra os times pequenos, sem as presenças dos seus três rivais, como ocorreu com o Vasco tantas vezes? E se fosse o Flamengo campeão de um escandaloso estadual denominado de “Caixão” no ano de 2002, “vencido” pelo Fluminense numa segunda ou terça-feira às três horas da tarde contra o Americano e até o momento contestado pelo Bangu? Como pode o time do “sistema”, o “queridinho” da mídia não ter sido o real beneficiado com tais ardilosas armações, deixando isso justamente para os seus “coitadinhos” rivais? Ora, ora, ora… que chatice, ou melhor, que “frescurite”. E após a final do Brasileiro de 1995 entre o Glorioso “injustiçadinho” e o time do Santos, o que dizer? Sinceramente, por mais protestos que tenham ocorrido por parte de todos os santistas e de toda a mídia paulista, não lembro de nenhum jogador do Peixe fazer melodrama em rede nacional por conta do “banho” de uma enorme banheira que receberam do atacante Túlio. Um gol totalmente irregular. Isso não conta. Até porque eles são os “coitadinhos” e só vencem com méritos.
O Flamengo é que é o “time mal”, que faz parte de uma rede de conspiração intergaláctica, responsável (sic) pelas mortes de Kennedy, Luther King e John Lennon, além do tiro disparado contra o Papa. E mais, foi também o Flamengo que instaurou a ditadura militar no Brasil e ainda lançou aviões contra as Torres Gêmeas. Enfim, esse representante do sistema (e o que seria mesmo essa coisa chamada de sistema?!), é um clube que sempre vence sem méritos e pelo qual nunca, nunquinha mesmo, passaram alguns dos maiores heróis nacionais do esporte. Uma agremiação que, aliás, nunca foi homenageada na música, na literatura, no cinema ou na televisão por alguns dos maiores artistas e intelectuais brasileiros. Craques geniais, torcida letrada e sempre vibrante que proporciona um dos mais belos espetáculos do mundo, só nos seus rivais caseiros e nacionais. A sua “torcidinha”, absurdamente chamada de “Nação” pelos “mentirosos” e “tiranos” da imprensa, seria apenas uma massa de ignorantes iletrados e caboclos banguelas (todos sem exceção!!!), comumente chamados de “imundos”, “flavelados” e “coisas” pelos nobres inteligentes e europeus arco-íris auto-denominados conscientes, mas que estranhamente são renegados pelo “sistema”.
Legalzinho isso, né? Dá até comoção. “Ninguém me ama, ninguém me quer, ninguém me chama de Baudelaire”. Claro que chorar também faz bem. Eu próprio sou altamente sensitivo e choro por tudo. Por tristeza, por alegria, por um poema bem escrito, por uma bela cena de cinema, por um carinho ou beijo da minha amada e por vários outros sentimentos que fazem parte da natureza humana. Só não é bacana é chorar lágrimas de crocodilos. Isso sim é injusto. Engraçado é que quando os “coitadinhos injustiçadinhos” estão por cima da carne seca, são os maiorais. Quando o Flamengo atravessava o auge da sua crise, era o “pior time do mundo”, o “sem ter nada” (em alusão ao Centenário) e os coros de “ão ão ão segunda divisão” ecoavam nos estádios Brasil afora mesmo ainda na metade do campeonato. Uma pergunta. De 97 a 2000, quando o Vasco venceu o Carioca, a Libertadores, o Brasileiro e a Mercosul (só não conseguiu vencer nenhum campeonato contra o “time malzinho”), alguém ouviu ao menos um vascaíno detonar com a mídia ou se acharem “coitadinhos injustiçadinhos”? Terão eles sido cooptados pelo “sistema” nesse período? A verdade é que basta o Mais Querido começar a se reerguer e vislumbrar alcançar novamente o posto que sempre lhe foi devido, para que (agora sou eu quem vou soltar o verbo, mas sem choro!) esses frustradinhos arrogantes e péssimos perdedores começarem a lançar seus venenos contra o Flamengão.
Acontece que esse injurioso lamento dos chorões a gente vai responder é lá no gramado, nas arquibancadas e nas ruas de todo o país. Com a Raça, o Amor e a Paixão de sempre, fazendo o Mengo continuar a ser por toda a eternidade o clube mais amado do mundo. Tá certo, e também o mais odiado. Fazer o quê se alguns preferem sofrer? Com o perdão da rima.
E com as iminentes conquistas dos bicampeonatos da Libertadores e do Mundial, o Ministério da Saúde terá que lançar com a máxima urgência uma grandiosa campanha de distribuição gratuita de Prozac para boa parte da população. É que o sucesso do Flamengo faz mal à saúde e ao bem-estar… dos infiéis e sofredores arco-íris que sempre estão a derramar o choro dos injustos.
Comemorar a décima oitava Taça Guanabara? Que nada, esse foi só um pequeno ensaio da rapaziada do corajoso e honrado escrete rubro-negro para a grande festança que ainda estar por vir.
“Chora! Não vou ligar, não vou ligar! Chegou a hora, vais me pagar, pode chorar, pode chorar…”.

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